O fabricante de fones esportivos Jaybird tem uma história curiosa: fundado em 2006 pelo australiano radicado nos Estados Unidos Judd Armstrong, começou como uma start up sem pretensão. Fanático por esportes (chegou a competir por sua universidade nos Jogos Universitários Australianos), Armstrong concluíra que não havia, no mercado, fones esportivos que fossem, de fato, esportivos.
Fundou a empresa e, com ela, criou um novo nicho, o dos fones esportivos de altíssima performance. Deu tão certo que no ano passado a empresa acabou sendo comprada pela suíça Logitech por US$ 50 milhões – aqui, você confere uma entrevista com Armstrong:
Focada em equipamentos wireless e de conference call, com a compra da Jaybird, a Logitech fincou sua bandeira no segmento de esportes. E o mercado brasileiro, onde a companhia suíça já atuava - o segmento de esportes outdoor vem crescendo, apesar da crise econômica -, foi um dos primeiros a entrar no radar.
A empresa apostou alto no lançamento por aqui, com duas coletivas de imprensa em São Paulo com direito a review de sua primeira linha no mercado brasileiro, a X3. A data escolhida para foi 13 de julho, o dia mundial do rock. Convidado para fazer um review em nome da Adventuremag, entrei na brincadeira. Como o dia mundial do rock foi criado como uma homenagem ao Live Aid, um super show realizado em 1985 com bandas como U2, Queen, The Who e até Sade, para testar o equipamento, criei uma playlist dos artistas do Live Aid no Spotify.
O kit do Jaybird é bem completo. Além do aparelho, em si, a caixa vem com dois tipos de ponteira (uma em espuma de alta qualidade e outra em silicone) para os fones. Cada tipo de ponteira possui três tamanhos, P, M e G, para todos os padrões de ouvidos. Além disso, as ponteiras podem receber barbatanas (também em três tamanhos) para ficarem mais firmes nos ouvidos na hora de correr – provavelmente, ideia do perfeccionista Armstrong. O pacote vem também com dois clips e um prendedor para ajustar os cabos com precisão à cabeça, de modo que não solte facilmente.
E, claro, há o carregador, já que se trata de um fone Bluetooth (padrão 4.1). O fabricante garante 8 horas de funcionamento com 2,5 horas de carga ou, para uma carga mais rápida, de 20 minutos, 1 hora de carregamento. Funciona, por exemplo, se você vai fazer uma prova de 5km ou 10km, mas na véspera esqueceu de carregar os fones.
Um pequeno controle com três botões quase na extremidade direita do cabo permite fazer os ajustes. Ao acionar o botão central, uma voz feminina informa que o aparelho está sendo ligado ou desligado (“power on”, “power off”) e quanto resta de bateria (“battery 80%”, por exemplo). Esse mesmo botão serve para emparelhar o X3 com dispositivos Bluetooth, podendo ter dois deles conectados ao mesmo tempo, como celular e notebook. Já os outros dois botões no controle servem para aumentar e diminuir o volume, mas também tem a função de mudar de faixa. Isso é útil, por exemplo, se você vai fazer uma corrida de montanha e quer manter o celular protegido dentro da mochila. Dá pra mudar de música sem qualquer tipo de malabarismo.
Outro indício da preocupação de Armstrong com a proposta esportiva é o fato de que o aparelho é à prova de suor e resistente a pequenos respingos de água.
Num treino em esteira, testei o X3 com o GPS TomTom Adventurer (o relógio é capaz de armazenar músicas, review aqui). Os equipamentos ‘conversaram’ e pude fazer um treino sem a necessidade de levar fones tradicionais mais o celular - que geralmente utilizava nas corridas para marcar a distância e ouvir som. Funcionou bem, já que pude correr bem mais leve.
O que mais me impressionou por fim, foi a qualidade do som do aparelho. A faixa ‘Confusion’, do novo disco do Metallica (Hardwired... to Self-Destruct) massacrou meu cérebro num treino na esteira. Resolvi, então, pegar mais leve ouvindo John Mayer e BB King. No Jaybird, mesmo os acordes elegantes de Mayer e do rei do blues começaram a soar...perigosos.
Um detalhe interessante do aparelho é um app MySound, de compartilhamento de equalizações. Sim, na Era do Spotify (compartilhamento de trilhas sonoras) e do Strava (compartilhamento de percursos) por que não dividir com o mundo a forma como você equaliza o som de seus fones? É possível ter acesso ao padrão de equalização, por exemplo, da medalhista do vôlei de praia Kerry Walsh (patrocinada pela marca). Embora funcione bem, o app poderia ligar automaticamente, no momento em que o Bluetooth reconhece os fones. Fica a sugestão.
Quanto ao alcance do Bluetooth, testei dentro do meu apartamento (ótimo pra isso, por causa da grande quantidade de aparelhos e anteparos capazes de barrar o sinal). Sem paredes no caminho, em cerca de 8 metros, não tive dificuldade de continuar ouvindo. Depois disso, o sinal caiu. Mas vamos combinar: é pouco provável que, mesmo numa academia, você se afaste tanto do seu celular. Sem preocupações nessa parte.
Por fim, como alguns outros reviews sobre o X3 já mencionaram (como este, do site Corrida no ar https://www.youtube.com/watch?v=aj4M1OSNa4U ), trata-se de um produto super premium e por isso, o preço é alto: R$ 799 no site da Logitech. Mas convém lembrar que outros produtos nesse mesmo nicho são tão caros quanto. Para quem faz questão de um treino com alta performance sonora e totalmente livre de cabos, o aparelho da Logitech é o estado da arte.
A Adventuremag agradece à equipe da Logitech pelo convite para o review.
Jaybird X3
Manual e tutoriais em português e vídeos em português:
https://www.jaybirdsport.com/content/dam/jaybird-com/static/user-guides/X3-Manual-Portuguese.pdf
https://www.jaybirdsport.com/en-us/freedom-bluetooth-headphones/user-guide.html
Preço: R$ 799,90
Disponível em https://www.logitechstore.com.br/jaybird-x3-sport-bluetooth
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