Academia Vidativa / Rasodacata na Carrasco Fast

Por Paulo Sérgio Barbosa Neves - 16.Oct.2010

Ao voltarmos pra casa depois da Carrasco Fast, ainda na BR-324, depois de termos dormido em uma pousada em Feira de Santana, recebemos a ligação de PEDRO da Gantuá que, por compromissos profissionais, se encontra em Brasília-DF e não pode correr nessa corrida. Ele nos parabenizava pelo nossa quarta colocação na prova e, principalmente, por resgatar a formação original da equipe.

Para quem não nos conhece, talvez isso represente apenas uma informação sem sentido, mas essa formação da Rasodacata que terminou a prova em quarto lugar representa o retorno de um grupo de amigos que se separaram após uma Brasil Wild complicada e que precisavam de uma nova oportunidade para redimir erros, expurgar reminiscências e exorcisar fantasmas... Isso é o que tornou mais importante o nosso resultado.

Bem... como nada é fácil nesta vida a prova começou complicada. Mesmo com todo o planejamento de chegar cedo em Feira para podermos trabalhar o mapa e descansarmos um pouco antes da largada, demoramos mais de quatro horas para fazer o percurso de Salvador a Feira, pois o carro que nos conduzia e serviria para o apoio quebrou duas vezes na estrada e somente chegamos no final da tarde, bastante cansados. E agora o que fazer com o apoio? Felizmente Tauá e Fábio foram com seus carros pequenos e nos "viramos" para colocar todo o material dentro deles. Contamos com o apoio de Alan da Gantuá (obrigado amigo!) que nos emprestou sua transbike e só assim conseguimos levar as bicicletas.

Estávamos tão atarefados que esquecemos do briefing, mas os amigos também estão aí pra isso. Munidos de todas as informações e estabelecida a estratégia inicial da prova finalmente largamos...

Corrida legal, apenas 5,4 km, mas vi logo que minha condição física estava aquém da minha equipe. Teria que me esforçar muito mais... Terminamos a corrida balizada embolados com as outras equipes e partimos muito rápidos de bike para o rio. Transição rápida, seguimos rapidamente para o PC 3. Tanto que conseguimos ultrapassar algumas equipes e chegamos em ótima colocação no PC4. No pequeno percurso de trekking após o remo, seguimos juntamente com várias equipes rumo à próxima transição, em especial com a Giramundo e para nossa surpresa batemos juntamente com eles o PC5 na segunda posição.

Isso nos motivou bastante, pincipalmente porque eu tinha apostado com Evinho (da Caatinga Trekkers) só de "sarro" que iríamos bater os pcs entre os três primeiros colocados até o final da prova. O trecho de bike foi muito bom com várias equipes se perdendo e se achando... mas conseguimos pela primeira vez na história da Rasodacata bater dois PCs na primeira colocação, e quase chegamos antes do nosso apoio na PC10. Fizemos uma transição bastante rápida, ao estilo Quasar Lontra (pega tudo e corre) e seguimos de trekking, mas neste momento vieram as primeiras cãibras... bendito Biofenac.

A subida do morro foi muito bonita naquele início da manhã e o visual estava magnífico, mas nem deu para aproveitar muito, pois veio uma descida terrível. Espinhos, urtigas, cansanção, escorregando de bunda nas escarpas (se caísse era game over na certa!) e tudo isso de bermuda.... bem que Paulinho nos avisou para irmos de calça, caneleira, mascara, capacete e tudo mais que pudesse nos proteger... mas fazer o quê? Nascemos para isso mesmo...

Neste momento fomos alcançados pela Gantuá (a recuperação deles é sempre fantástica!), mas nosso objetivo era passar do corte as 09:30h e estávamos longe... Foi o momento em que pensei que não iría conseguir, pois estava muito cansado. Tirei forças de onde não tinha e segui correndo até Ipuaçu. Quando já estava no limite das forças, meu irmão Fábio me rebocou até o PC, que batemos as 09:25h. Pensávamos que íamos poder aproveitar os lanches feitos por Tauá, mas fomos informados que teríamos que sair de lá antes de 09:30h sob pena de sermos cortados, ou seja, apenas deu tempo para sair descalço carregando as sapatilhas na mão, mas paramos logo adiante para recuperarmos as forças com uma coca-cola bem gelada.

A alegria por termos passado pelo segundo corte era indescritível, pois neste ano em todas as provas do campeonato, por diversos motivos, não tínhamos conseguido passar do primeiro corte em nenhuma delas. E agora somente quatro equipes tinham conseguido essa façanha e nós estávamos entre elas. Para mim, particularmente, era como se já tivéssemos conseguido a vitória. Mas como a prova só termina quando acaba, seguimos em frente batendo os PCs de bike, com a ressalva de que perdemos muito tempo no PC 17, pois a pessoa que lá deveria estar tinha saído do local.

Mas estávamos felizes com tudo e seguimos voando para o PC19, onde largamos as bikes e pegamos o material de natação. Pequeno trecho de trekking e chegamos no rio. Ainda bem que a natação foi depois do corte, porque se fosse antes provavelmente estaríamos cortados. Quem já me viu e o Arnaldo nadando sabe do que estou falando... somos terrivelmente ruins nisso. Pegamos os barcos e o PC queria que fóssemos de caminhão... só na cabeça dele para ter uma idéia dessas.... e fomos remando até a chegada.

A felicidade é feita de pequenos momentos e tivemos muito disso nessa jornada. Agradeço a Arnaldo pelo equilíbrio, a Fábio pela liderança, a Tathi pela garra, a Tauá e Flavinha pela motivação e apoio, a Paulinho e Marcinha por uma prova linda, cheia de transições e bastante emocionante (o mapa é um caso a parte de desenvolvimento do nosso esporte. Que sirva de exemplo).

Parabéns a Gantuá pela brilhante vitória.
Que venha a próxima Carrasco...

Paulo Sérgio Barbosa Neves
Academia Vidativa / Rasodacata

publicidade
publicidade
Cadastro
Cadastre seu email e receba as noticias automaticamente no seu email diariamente
Redes Sociais