O El Cruce Columbia 2015 está se aproximando e alguns dos melhores nomes do trail running estarão na Argentina para um percorrer trechos da Cordilheira dos Andes, um dos locais mais bonitos do planeta. Ao todo o evento contará com 2.600 corredores de 36 países.
Conheça alguns dos destaques:
Gustavo Reyes é uma das referências o trail e ultra trail na América do Sul. O corredor diz que seus treinamentos não tem segredos. "Sou o que vêem. Treino e corro quase todos os dias. É parte da minha vida. Posso ficar até cinco hora na montanha, correndo sozinho ou com amigos, indo e vindo em diferentes ritmos. O normal são quatro ou cinco horas diárias, continuas ou intervaladas, com trabalhos intensos ou de recuperação.
Normalmente corro sozinho umas duas horas e depois busco acompanhar os amigos. Não busco um corredor que entre no meu ritmo, eu me adapto ao seu ritmo e busco que ele se divirta e conheça novos lugares que nos brinda a natureza. De acordo com o objetivo que tenha, aproveito para sofrer como aprendizagem. Tenho a sorte de contar com alunos do grupo que são rápidos e me ajudam nos trabalhos de alta intensidade."
A corrida ano a ano aparece em seu horizonte de expectativas, mas nos últimos "fica dificil me preparar já que ao focar nas ultra distâncias, perco os ritmos intensos e na época do ano em que ocorre não me permite chegar a 100%".
Em sua intensa busca esportiva, lhe custou muito coroar-se no Cruce. Depois de ficar em segundo lugar quatro vezes seguidas (2006, 2007, 2008 e 2009), conseguiu chegar ao topo junto com Nelson Ortega em 2010, 2011 e 2012.
A partir de 2013 optou por correr solo e aspira seguir entre os principais nomes do evento. "Desde que abriu a opção individual diminuiram as chances de vencer. A cada ano vêem mehores corredores com claras intenções de conquistar a vitória. Não é uma corrida fácil porque é longa, com 100 Km em 3 dias e as etapas de 30Km são ideais para os corredores rápidos que possuem um bom nível de recuperação", conta.
Nelson Elier Ortega não é um corredor a mais. Ele representa a experiência na montanha. Corre de maneira ativa desde 1987 e agora, com 42 anos, avisa que não abandonará uma atividade que melhorou sua vida em todos os sentidos. Passou de cortador de azulejos em uma chácara, ao exército argentino e a correr representando seu país em diversas corridas de trail runing.
Por sua formação militar, prefere correr em grupo e o El Cruce Columbia se converte em uma de suas corridas preferidas. Para Ortega, correr é uma paixão que o leva a pensar além de tudo. "Não vivo de correr. É algo que disfruto com ou sem apoio. É parte da minha vida. Me ajudou quando era mais jovem e é algo que me põe com os pés no chão com meus amigos", explica. Sobre sua maneira de treinar, disse que o esqui é a disciplina que mais lhe ajudou, porque durante o inverno patagônico, ficava quatro meses esquiando e isso lhe proporcionava muita força nas pernas quando voltava a correr.
"Terminamos nos fazendo corredores de montanha e abandonamos completamente as ruas no anos 90, quando competiamos em provas de montanha que já não acontecem mais, como o Circuito Nike e o Desafio al Volcan Copahue", se recorda.
Entre os estrangeiros, o El Cruce receberá Rachid El Morabity (à direita na foto acima), o rei do deserto que quer conquistar a montanha. O atleta marroquino sabe se desvencilhar do sol forte e da dificuldade de correr na areia com se fossem uma pista de corrida. Duas vezes ganhador da Marathon des Sables (2012 e 2014), entre outros resultados, El Morabity provará um terreno e climas completamente diferentes.
Saber como ele se sairá é uma incognita que será revelada apenas no dia 07 de fevereiro, quando terá terminada a terceira e última etapa da categoria Solo. "A cabeça é parte fundamental das corridas longas, sempre. É um dos pontos que diferenciam um corredor bom de outro muito bom", disse El Morabity. E disse ainda "A confiança também é determinante para enfrentar uma competição. Se está bem de confiança e de cabeça, acredito que possa fazer qualquer coisa".
Entre as mulheres, Laura Lucero é uma das protagonistas do evento. A advogada de 29 anos está pronta para correr pela segunda vez o El Cruce. "Vou correr com Sofia Cantilo, mas não estou 100% fisicamente. Esta é uma corrida que realmente desejava voltar. Sua primeira participação foi em 2013, quando conquistou o segundo lugar entre as mulheres com Soledad Seewald.
"Minha experiência anterior foi incrivel. Os lugares por onde passou a corrida eram inacreditáveis, tanto o percurso quanto os lugares onde montaram os acampamentos. Tivemos a sorte com o clima nessa edição, com dias de sol, lago no acampamento, gente com a melhor energia... lindo, e graças a Deus nós tivemos um resultado mais que satisfatório, conquistando o segundo lugar", disse Laura.
A estória de Sofia Cantilo (à direita na foto acima) se remete a 2005, quando aos 24 anos se animou a correr uma prova de 10 Km. Desde então não parou mais. "Corro porque não posso não correr. O que mais gosto é da sensação de liberdade. Ponho meus tênis e parto, não há nada entre o mundo e eu. Sinto que volto às origens, ao primórdio. Além disso, correr te oxigena, te dá claridade mental", conta a jornalista freelancer que sente um apego muito grande com o El Cruce Columbia.
Para Cantilo correr com Laura Lucero é um desafio porque "vai me levar a meu máximo rendimento. Na realidade, vai me levar voando. Correr o El Cruce não é correr qualquer prova. É uma prova única e especial que sempre recomendo fazer em equipe. Disso se tira grandes ensinamentos. El Cruce é compartilhar. Regressar cada ano é um presente que a vida me dá."
Um de seus maiores sonhos é cruzar os Andes com Tatu (como chama seu filho de 4 anos). Definitivamente para Cantilo, "No El Cruce Columbia o relevante não é a distância nem o percurso. Tampouco é importante o pensamento em si mesmo na hora de correr. Nem ao menos a recuperação entre cada dia. O central, nesta corrida tão longa, é a dinâmica da equipe: entender ao outro, apoiá-lo, encorajá-lo".
Virginia Galvez é uma das milhares de pessoas que estão contando os dias para a chegada do El Cruce. Esta será a sexta participação da professora de educação fisica que venceu a edição 2014 em sua categoria com Roxana del Cid. "Minha primeira participação foi em 2009 com meu marido Diego Maldonado e desde então estive presente todos os anos."
Este ano a atleta estará na categoria mista e espera conquistar o podio. "Essa é a idéia, obviamente me encantaria ganhar e ficar entre os Top10 absoluto como ano passado, mas nessa corridas tudo pode acontecer e em equipe, ainda mais. Sinto que estou muito bem e espero que meu desejo possa ser realizado."
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